terça-feira, 28 de agosto de 2012

VIVER O AGORA





Este é o teu momento de viver intensamente a realidade da vida.
Desnecessário recordar que, agora, o teu momento presente é relevante para a aquisição dos bens inestimáveis para o espírito eterno.
Há muito desperdício de tempo, que se aplica nas considerações do passado como em torno das ansiedades do futuro.
A tomada de consciência é um trabalho de atualidade, de valorização das horas, de realização constante.

A vida é para ser vivida agora.
Postergar experiências, significa prejuízo em crescimento na economia da vida.
Antecipar ocorrências, representa precipitação de fatos que, talvez, não sucederão, conforme agora, tomam curso.
As emoções canalizadas em relação ao passado ou ao futuro dissipam ou gastam a energia vital, que deve ser utilizada na ação do momento.

Se vives recordando o passado ou ansiando pelo futuro, perdes a contribuição do presente, praticamente nada reservando para hoje.
O momento atual é a vida, que resulta das atividades pretéritas e elabora o programa do porvir.
Encoraja-te a viver o hoje, sentindo cada instante e valorizando-o mediante a consciência das bênçãos que se encontram à tua disposição.
A vida é um sublime dom de Deus.
Desse modo, agradece-Lhe o sublime legado, que é a tua vida, por Ele concedido.

Vive, jubilosamente hoje, sejam quais forem as circunstâncias em que se te apresente a existência.
Se o instante é de aflição, resigna-te agindo corretamente, e estarás produzindo para o futuro que te chegará com paz.
Se o momento é de gozo, recorda-te dos padecentes à tua volta e reparte alegria, ampliando o círculo de ventura.
Quem despertou para a superior finalidade da vida, vive-a a cada momento, vivendo-a principalmente agora.



                            Espírito Joanna de Ângelis
               Livro: Alegria de Viver  -  Divaldo P. Franco



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O MERGULHO EM SI MESMO




“Para alcançar uma esfera mais alta de consciência, precisamos mergulhar profundamente em nosso interior e renascer libertos dos medos, dúvidas, vícios e conflitos.

Meus amigos, não esperem a morte chegar para desenfaixá-los da carne.
Comecem imediatamente um processo interno de profunda renovação consciencial.
Morrer não significa crescer!  Viver é crescer.
A morte apenas faz o espírito mudar de endereço vibracional.
A pessoa é a mesma, com suas virtudes e defeitos, seja dentro ou fora do corpo, em qualquer dimensão.

Não tenham medo de mergulhar em si mesmos e escalpelar o próprio ego.  Rasguem a pele do medo, nas trilhas do discernimento!  Contudo, não se enganem. Há dor nesse processo.
Não é fácil, mas é factível a quem quer crescer municiado de plena luz interior.
O mergulho em si mesmo é uma espécie de morte: a morte do ser velho e seu renascimento constante.

Se vocês padecem do medo da dor de crescer e olhar objetivamente a si mesmos, então pensem nas dores que já lhes acompanham tão frequentemente: violência íntima,
medo, vazio existencial, falta de motivação, falta de espiritualidade e uma terrível treva espiritual, envolvendo suas melhores aspirações.
Façam uma medição na balança de seus corações e observem o que dói mais: crescer ou ser súdito da agonia do vazio consciencial?  O que dói mais:
Ser medíocre e desconhecido de si mesmo ou lutar para evoluir e seguir?
 O que dá mais trabalho:
 Manter vícios que custam tanto ou lutar para vencê-los?
Quais são seus objetivos vitais:
Agonia íntima ou crescimento consciencial?

Vocês esperarão a morte sendo súditos da inércia?
Ou aumentarão a motivação de viver e aprender? 
Quando esse ser velho e medroso será cremado no fogo do discernimento?
Quando será o funeral de suas dores íntimas?
Quando a fagulha divina que já mora em seus corações há de brilhar mais?

Renasçam a cada instante!
Presenteiem suas vidas com uma nova luz nos pensamentos e sentimentos.
Promovam aquela alquimia íntima: ser antigo, fora!  Ser renovado, agora!
Quem poderá crescer por vocês?
Quem irá pôr fim à dor de vocês?
Que salvador poderá evoluir por vocês?
Quem poderá digerir essas toneladas de mágoas?
Quem promoverá o apocalipse do ego dentro do calendário da própria alma?
Quem liquidará o asteróide do medo no planeta de seus corações?

Mergulhando em si mesmos, sem medo, sem trevas, vocês encontrarão dores, sim. Mas qual renascimento é isento de dor?
Pior já é a dor de sentir-se um estranho no próprio mundo íntimo.
Usem a água da espiritualidade e o remédio da sabedoria para lavar os sofrimentos e curar as feridas internas. Usem o antiácido da alegria e curem as úlceras emocionais. Agradeçam as dores do parto de um ser divino dentro de vocês. É a dor de um mestre nascendo!

Há um menino Jesus, um menino Krishna e a paz do Buda nascendo no menino-coração de cada um de vocês.
Confraternizem mais, sorriam sem medo!
Ninguém morre vítima da morte, que apenas devolve a consciência à sua casa celestial.
Mas é possível morrer em vida, de agonia e falta de lucidez .
É possível ser um cadáver vivo: basta sentir-se vazio, sem alma, murcho de alegrias e renovações.

Meus amigos, cremem o ego e renasçam das cinzas.
Façam uma fogueira de seus medos.
Depois, joguem as cinzas ao vento da vida e gritem bem alto:
"Meus medos já eram!
Só tem luz em meu coração!
Sou divino e há um sol interno despertando na aurora de minha vida!"
Não esperem a morte para morrer só de corpo.
Aliem-se à vida para que morram seus dramas e seus egos.
Que esses escritos possam matar suas dores de vazio espiritual, e que possam enchê-los de vida, de luz e de um grande amor.
Que Deus abençoe seus renascimentos!"



                                Wagner Borges



segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O TEMPO




“O tempo, que é de todos o maior e mais sábio juiz, acaba sempre por mostrar quem se enganou, por ambição ou por falta de ponderação.
Um pedaço de tempo é uma pepita de ouro.
A nossa vida  é um átomo, aliás, mais breve que um átomo; mas a natureza zombou dessa ninharia, dando-lhe a aparência de um tempo bastante longo.

A vida é uma luta contra o tempo.
Queremos agarrá-lo, discipliná-lo, para poder fazer tranquilamente alguma coisa – e ele escoa-se, não para, não se deixa agarrar, corre inexoravelmente, não nos deixa descansar.
Às vezes, o tempo voa como um pássaro; outras, arrasta-se como um caracol.
O homem é feliz quando não se apercebe se o passo do tempo é lesto ou moroso. O que lhe importa é ganhar, em cada dia, mais um dia.

Dizer que o tempo é dinheiro, é falso e pernicioso. O tempo vale infinitamente mais que o dinheiro e nada tem em comum com ele.
Não se pode amontoar tempo; nem tampouco sabemos quanto tempo nos resta no banco da vida.
Aqueles para quem apenas o presente conta, na verdade nada conhecem da época em que vivem: para compreender o nosso século, é necessário entender todos os séculos que o precederam e que contribuíram para o formar.

Não há um passado que mereça ser revivido com nostalgia. Existe apenas um mundo eternamente novo que se forma com a ampliação dos elementos do passado. A verdadeira nostalgia
deve ser sempre produtiva para criar um mundo melhor.
Apesar de dispormos, diariamente, de 1440 minutos, vivemos escravizados pelo tempo. De tal modo que ficamos ansiosos e a olhar furtivamente para o relógio, quando temos de conceder uns escassos minutos a alguém.

Como o tempo não espera por ninguém, valorizemos cada momento de nossas vidas, pois seja qual for a idade, devemos aproveitar positivamente cada segundo dos 86.400 que nos são atribuídos todos os dias e, assim, chegaremos a idosos sem nos sentirmos velhos.

O tempo não tem favoritos. Para ele, todos somos iguais.
Dessa forma, ele pertence a cada um de nós para o gastarmos, segundo a segundo, minuto a minuto, hora a hora, dia a dia, ano a ano, como decidirmos.
O tempo não espera por ninguém.
O ontem pertence à História.
O amanhã é um mistério.
Quanto ao hoje, aproveitemo-lo integralmente, porque é uma dádiva. Por isso, se chama presente.”


                       Textos compilados de diversos
                     escritores e pensadores mundiais.  

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

E O FEIO TORNOU-SE BELO




“Na roda de amigos, entre uma cerveja e outra, o marido conta com entusiasmo sua mais nova aventura extraconjugal. Não é culpa dele afinal, ser um sedutor incorrigível. Os amigos o saúdam, entre risos. Na casa de umas amigas, a esposa, que já estava a par do caso, conta-lhes a vingança que estava preparada: ao chegar em casa, o infiel se depararia com outro homem ocupando o seu lugar na cama, ao lado dela. As ouvintes a aplaudem, dando-lhe parabéns por sua trama maquiavélica.

Neste mesmo instante, em casa, o filho mais velho do casal postava em seu perfil no Facebook,  fotos da festa a que fora no último fim de semana, nas quais aparece sendo carregado, inconsciente, por companheiros menos alcoolizados. Poucos minutos depois, haveria um número recorde de amigos que "curtiram" a postagem e deixariam comentários, a bem dizer, elogiosos. E tudo o que era, em tese, condenável, acabou sendo tratado como ação louvável e digna de aplausos.

Vivemos, hoje, o fenômeno da inversão de valores. O nosso lado mais sórdido e mais primitivo está a ser o mais aplaudido. Nas músicas, nas novelas, no cinema, nossos erros parecem estar se convertendo em motivos de orgulho. Não é raro ouvirmos de alguém que fala sem disfarçar a vaidade: "Sou vingativo como meu pai", aparentando não se dar conta de que fala a respeito de um defeito de seu ancestral.

A infidelidade, a violência e o destempero são tão exaltados na mídia que começamos a nos sentir honrados ao admitirmos que possuímos tais características; ao passo que à fidelidade, à mansidão e à prudência foi atribuído um rótulo de fraqueza, de covardia e, até mesmo, do célebre "falso moralismo", uma vez que as correntes de pensamento modernas tratam como hipócrita qualquer demonstração de restrição moral.

A "malandragem", outrora termo pejorativo, hoje é o atributo dos vencedores, de quem fica por cima, e é defendida sob máximas falaciosas e cínicas que se tornaram moda: "quem não engana é enganado", "todo mundo é corrupto", "ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão"...
Enfim, nossas misérias humanas e nossa capacidade de sermos maus e baixos parecem ter graça. De repente, nossos defeitos se tornaram qualidades, sem uma explicação coerente para isso.

Nas escolas, os jovens riem da ingenuidade de professores que aceitaram trabalhos plagiados, ou que não perceberam que estes "colaram" nas provas. Maior motivo de chacota porém, são os colegas que não foram às festas porque passaram horas estudando e, ao fim, tiraram notas semelhantes; aquela minoria, formada por colegas que só pensam em estudar, que não fazem baderna, que não participam de festivais de promiscuidade nas "baladas", recebe mil alcunhas e deboches.

Qualquer semelhança com o comportamento de pais que enriquecem à custa da exploração do trabalho alheio, ou da credulidade do seu empregador (aquelas horas extras que foram declaradas em número "levemente" superior ao real, aquele pequeno desvio do dinheiro da empresa) e debocham dos companheiros que não o fizeram terá sido mera coincidência?

Em nosso tempo, nada contra a corrente aquele que defende a ética, a dignidade, o respeito. É preciso ter muita coragem para andar na contramão do mundo e permanecer fiel a valores que são tachados de retrógrados e inúteis, pois o que antes era feio, subitamente tornou-se belo, e quem não se adaptou a esta mudança, costuma ser o estranho do ninho. Ainda assim, talvez,  a sociedade, em breve, tenha forçosamente de se perguntar o porquê de todo o progresso global e todo o avanço nas mais diversas áreas se dever aos "chatos" e "certinhos" que, apesar de rejeitados, ainda movem o mundo.”

                                 
                                Liziê  Moz  Correia
                                       Estudante
            Artigo publicado em Zero Hora, em 13/08/2012.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O PERIGOSO PODER DAS PALAVRAS




"Saiu de nossas bocas, não mais nos pertencem. As palavras têm vida própria e são, por enquanto, a única forma de nos traduzir e aos outros também. Somos um emaranhado de pensamentos, sentimentos e desejos.

Desde cedo, formados para agradar a quem nos rodeia, sermos educados, subservientes, e, no fundo, dizer o que achamos que o outro quer ouvir, expressar o que julgamos que o outro desejaria que sentíssemos, e, por fim, fazermos algo que o outro quer que façamos.

Sempre preocupados em agradar aos outros, viver em função de todos, sermos exemplo. Mas como lidar com os impulsos em que explodimos e falamos de uma só vez e de forma agressiva e fulminante, todas as insatisfações?

É aí que constatamos: palavras doem, machucam, criam sentimentos muitas vezes irreversíveis, como ódios, mágoas, raivas que,  por aquele segundo impensado, por duas ou três palavras, detonam toda uma vida. Assim, casamentos são desfeitos, há brigas entre irmãos e inimizades entre amigos fraternos. Como dizem nossos avós: "palavra tem poder"! E como!
 Na boca de um líder como foi Hitler, desencadeou uma guerra terrível, que exterminou seis milhões de judeus e convenceu uma nação, como a Alemanha, de que eles eram superiores e arianos, semideuses.
Na boca de um Gandhi, tornou-se uma arma de paz que derrotou,  sem um tiro sequer,  o maior império colonialista já existente, a Grã-Bretanha. Poder fantástico de construir ou destruir um mundo.

Mas, sejamos mais práticos e pensemos no nosso dia a dia: estamos pronto para entender as palavras que usamos? Será que as compreendemos? E mais, será que temos a noção que, mesmo que elas saiam de nós com a melhor das intenções, com um ótimo significado, quando as pessoas as escutam, elas podem interpreta-lás de forma absolutamente distorcida?
E aí realmente vira conversa de louco. Fala-se "A"o outro entende "X" e, a partir de então, desistam da conversa. Se houver bebida ou droga, pior ainda.

Num tempo de absoluta falta de intimidade, em que redes sociais devastam a vida de todos, principalmente dos famosos, qualquer mortal pode usar da palavra para ofender seu ex-ídolo, seu desafeto. Qualquer ex- namorado pode disseminar fotos íntimas e disparar palavras de "baixo calão", condenando seu ex-amor à execração pública.

E como somos críticos, impiedosos, imaturos!
É só alguém se destacar em qualquer área, que chovem palavras mortíferas. Impressiona-me  o aumento do radicalismo, da intolerância. Sonho com o dia em que não precisemos mais falar, demonstrar sentimentos nem desejos.
Afinal, a mente é o resultante de uma energia eletromagnética, de origem eletroquímica cerebral. Um dia, tal energia será captável, transmissível. Neste dia, fim das mentiras, das traições, do fingimento, se as energias não forem compatíveis cada um para o seu lado." 


                                    Eduardo Aquino
                 Médico, Psiquiatra e Neurocientista.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

AS QUATRO ESTAÇÕES DA VIDA




"Você já notou a perfeição que existe na natureza? Uma prova incontestável da harmonia que rege a Criação.
Como num poema cósmico, Deus rima a vida humana com o ritmo dos mundos.

Ao nascermos, é a primavera que eclode em seus perfumes e cores. Tudo é festa. A pele é viçosa. Cabelos e olhos brilham, o sorriso é fácil. Tudo traduz esperança e alegria.
Delicada primavera, como as crianças que encantam os nossos olhos com sua graça. Nessa época, tudo parece sorrir. Nenhuma preocupação perturba a alma.

A juventude corresponde ao auge do verão. Estação de calor e beleza, abençoada pelas chuvas ocasionais. O sol aquece as almas, renovam-se as promessas.
Os jovens acreditam que podem todas as coisas, que farão revoluções no mundo, que corrigirão todos os erros.
Trazem a alma aquecida pelo entusiasmo. São impetuosos, vibrantes. Seus impulsos fortes também podem ser passageiros... como as tempestades de verão.

Mas a vida corre célere. E um dia - que surpresa - a força do verão já se foi.
Uma olhada ao espelho nos mostra rugas, os cabelos que começam a embranquecer, mas também aponta a mente trabalhada pela maturidade, a conquista de uma visão mais completa sobre a existência. É a chegada do outono.
Nessa estação, a palavra é plenitude. Outono remete a uma época de reflexão e de profunda beleza. Suas paisagens inspiradoras - de folhas douradas e céus de cores incríveis - traduzem bem esse momento de nossa vida.
No outono da existência já não há a ingenuidade infantil ou o ímpeto incontido da juventude, mas há sabedoria acumulada, experiência e muita disposição para viver cada momento, aproveitando cada segundo.

Enfim, um dia chega o inverno. A mais inquietante das estações. Muitos temem o inverno, como temem a velhice. É que esquecem a beleza misteriosa das paisagens cobertas de neve.
Época de recolhimento? Em parte. O inverno é também a época do compartilhamento de experiências.
Quem disse que a velhice é triste? Ela pode ser calorosa e feliz, como uma noite de inverno diante da lareira, na companhia dos seres amados.
Velhice também pode ser chocolate quente, sorrisos gentis, leitura sossegada, generosidade com filhos e netos. Basta que não se deixe que o frio enregele a alma.

Felizes seremos nós se aproveitarmos a beleza de cada estação. Da primavera, levarmos pela vida inteira a espontaneidade e a alegria.
Do verão, a leveza e a força de vontade. Do outono, a reflexão. Do inverno, a experiência que se compartilha com os seres amados.

A mensagem das estações em nossa vida vai além.
Quando pensar com tristeza na velhice, afaste de imediato essa ideia.
Lembre-se que após o inverno surge novamente a primavera. E tudo recomeça.
Nós também recomeçaremos. Nossa trajetória não se resume ao fim do inverno. Há outras vidas, com novas estações. E todas iniciam pela primavera da idade.

Após a morte, ressurgiremos em outros planos da vida. E seremos plenos, seremos belos. Basta para isso amar. Amar muito.
Amar as pessoas, as flores, os bichos, os mundos que giram serenos. Amar, enfim, a Criação Divina. Amar tanto que a vida se transforme numa eterna primavera."


                   Redação do Momento Espírita



terça-feira, 7 de agosto de 2012

VIVER SEM MEDO




"Imaginemos uma vida sem medo.
Imaginemos a sensação de viver em plena confiança e Fé, sem duvidar nunca que o melhor que possamos imaginar nos chegará, como a todos que amamos. Uma vida assim é possível, mas não poderá ocorrer sem a intenção e a devoção para este propósito.

A maioria de nós vive a vida com medo.
Temos medo de não conseguir o que necessitamos, seja no amor, segurança, dinheiro, amigos, trabalho ou conhecimentos. A maioria das pessoas toma decisões baseadas no medo.
O problema de utilizar o medo, como base em nossas estruturas vitais, é que o medo não tem consistência por si mesmo, por ele não sustentar nada, justamente por ser estéril. O medo é algo estranho, que fecha os corações e causa névoas profundas na mente. Quando vivemos com medo, não conseguimos pensar direito, e assim, não vivemos com nosso potencial.

O que realmente interessa é viver bem com nosso próprio "eu", o que pode significar ter que iniciar um trabalho de limpeza interna e ter uma relação íntima com o divino, na forma que agrade. Quando estamos de bem com nós mesmos, e em perfeito contato com a essência divina, não temos nada a temer.

Todos os medos nascem do medo à morte. É instintivo de nós querer viver, mas não podemos negar que devemos deixar esta forma corpórea algum dia. As mudanças interiores também simbolizam uma espécie de morte, que é a transformação de uma vida para outra.

Viver com medo nos distrai de nosso verdadeiro propósito de vida e da nossa existência na Terra.
Paremos para analisar todos os medos, que anos de preocupações ocuparam nossa mente; perceberemos que os mesmos jamais ocorreram. Muitas vezes o destino se encarrega de mudar os fatos, seja através de nossas meditações, orações ou simplesmente mudanças interiores.

Em todos os séculos sempre surgiram predições de catástrofes, desastres, da escuridão e do Juízo Final.
Algo ocorre e algo não. Não se pode viver a vida baseando-se no "talvez", que seria um triste desperdício do potencial humano.
Quando enfocamos nossos pensamentos e energias para a divindade da vida, o Todo Poderoso, começamos a sentir sua onipresença e o medo se evapora.

Somos uma expressão de Deus com forma e, portanto, não devemos sentir medo. Existem pessoas que são felizes com seus dramas e ficam aborrecidas quando estão em paz. Talvez viver com incertezas as fazem se sentirem mais vivas. Cada pessoa "faz" suas emoções. Existe muito trabalho a ser feito, seja com os mais humildes ou com o nosso Planeta. Devemos primeiramente buscar tempo para interiorizarmos, centrarmos e ter uma experiência pessoal com o Divino. Depois devemos fazer amizade com os nossos temores e medos, para entender o que eles querem nos ensinar.

Viver a vida com amor e fé não gera espaço para medos e dúvidas constantes. Viver a vida no presente, com a intenção consciente de amor e honrar a todos e tudo que nos rodeira, nos fará amarmos e honrarmos a nós mesmos."


                                   
                                  Helena Gerenstadt

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

MÚSICA EM NOSSAS VIDAS



“Conta-se que, um dia, ao ouvir o silvo do vento passar pelo tronco oco de uma árvore, o homem o desejou imitar. E inventou a flauta.
Tudo na natureza tem musicalidade. O vento dedilha sons na vasta cabeleira das árvores e murmura melodias, enquanto acarinha as pétalas das flores e os pequenos arbustos.
Quando se prepara a tempestade, ribombam os trovões, como o som dos tambores marcando o passo dos soldados, em batidas ritmadas e fortes.
Quando cai a chuva sobre a terra seca pela estiagem, ouve-se o burburinho de quem bebe com pressa.

Cantam os rios, as cachoeiras, ulula o mar bravio.
Tudo é som e harmonia na natureza. Mesmo quando os elementos parecem enlouquecidos, no prenúncio da tormenta.
E lembramos das poderosas harmonias do Universo, gigantesca harpa vibrando sob o pensamento de Deus, do canto dos mundos, do ritmo eterno que embala a gênese dos astros e das humanidades.
Em tudo há ritmo, harmonia, musicalidade.
Em nosso corpo, bate ritmado o coração, trabalham os pulmões em ritmo próprio, escorre o sangue pelas veias e artérias.
Tudo em tempo marcado. Harmonia.

Nosso passo, nosso falar é marcado pelo ritmo.
A música está na natureza e, por sermos parte integrante dela, temos música em nossa intimidade. Somos música.
Por isso é que o homem, desde o princípio, compôs melodias para deliciar as suas noites, amenizar a saudade, cantar amores, lamentar os mortos.
Também aprendeu que, através das notas musicais, podia erguer hinos de louvor ao Criador de todas as coisas.
E surgiu a música mística, a música sacra, o canto gregoriano.

Entre os celtas, era considerada bem inalienável a harpa, junto ao livro e a espada.
Eles viam, na música, o ensinamento estético por excelência, o meio mais seguro de elevar o pensamento às alturas sublimes.
Os cristãos primitivos, ao marcharem para o martírio, o faziam entre hinos ao Senhor. Verdadeiras preces que os conduziam ao êxtase e os fortaleciam para enfrentar o fogo, as feras, a morte, sem temor algum.
O rei de Israel, Saul, em suas crises nervosas e obsessivas, chamava o pastor Davi que, através dos sons de sua harpa, o acalmava.

A música é a mais sublime de todas as artes. Desperta na alma impressões de arte e de beleza. Melhor do que a palavra, representa o movimento, que é uma das leis da vida. Por isso ela é a própria voz do mundo superior.
A voz humana possui entonações de uma flexibilidade e de uma variedade que a tornam superior a todos os instrumentos.
Ela pode expressar os estados de espírito, todas as sensações de alegria e da dor, desde a invocação de amor até as entonações mais trágicas do desespero.

É por isso que a introdução dos coros na música orquestrada e na sinfonia enriqueceu a arte de um elemento de encanto e de beleza.
É por isso que a sabedoria popular adverte: Quem canta, seus males espanta!
Cantemos!”


                          
                           Redação do Momento Espírita,
                   Baseado no Livro: “O Espiritismo na Arte”,
                                     De Léon Denis.
                      
                                    


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

ESPERANÇA SEMPRE


                        
                            
"Contempla o céu, nos dias em que a sombra te invada o coração, e pensa na inalterabilidade do Amor Infinito que verte do Criador para todas as criaturas.
O mesmo sol que te aquece e nutre é aquele mesmo sol que nutriu e aqueceu bilhões de criaturas na Terra, no curso dos
séculos incessantes.

Quase todas as estrelas que hoje se te descerram aos olhos são as mesmas que acompanharam os homens, na queda e no levantamento de civilizações numerosas.
Reflete nisso e não te deixes arrasar pelas aflições transitórias que te visitam com fins regenerativos ou edificantes.

É provável que tribulações diversas te sigam no encalço.
Aguentas incompreensões e dificuldades em conta própria; toleras lutas e problemas que não criaste; carregas compromissos e constrangimentos, a fim de auxiliar aos entes queridos; ou erraste, talvez, e sofres as conseqüências das próprias culpas.
Não importa, entretanto, o problema, embora sempre nos pesem as responsabilidades assumidas, quaisquer que sejam...

Desliga-te, porém, do pessimismo e do desânimo, recordando que a vida que desfrutas, em suas origens profundas, não é obra de tuas mãos.
O poder que te dotou de movimento, que te desenvolveu as percepções, que te induziu ao impulso irresistível do amor e que te acendeu no pensamento à luz do raciocínio, guarda recursos suficientes para retificar-te, suplementar-te as energias, amparar-te na solução de quaisquer empresas difíceis ou reaver-te de qualquer precipício, onde hajas caído, em desfavor de ti mesmo.

Esse mesmo poder da vida que regenera o verme contundido e reajusta as árvores podadas, nunca te relegaria à sombra da indiferença.
Entretanto, para que lhe assimiles o apoio plenamente, é imperioso te integres no sistema do trabalho no bem de todos, sem te renderes à inutilidade ou à deserção.
Lembra-te de que o verme ferido e as árvores dilaceradas se refazem por permanecerem fiéis ao trabalho que a sabedoria da vida lhes conferiu pela natureza.

Recordemos isso e seja de que espécie for a provação que amargue as horas, continua trabalhando na sustentação do bem geral, porquanto se te ajustas ao privilégio de servir.
Seja qual for a prova em que te encontras, reconhecerás para logo, que o amor é um sol a brilhar para todos e que ninguém existe sem esperança e sem Deus."

                          
                                          Emmanuel
                              Psicografia de Chico Xavier,
                                 Do Livro “Mãos Unidas”