"Nós, como espíritos encarnados, vivemos duas naturezas:
uma física e uma espiritual."
Allan Kardec
Estamos sendo constantemente submetidos aos apelos próprios destas duas naturezas. A nossa natureza física impõe ao espírito a obrigatoriedade de conceder à carne, o saciamento de suas necessidades, colocando-a à beira do abismo espiritual (cuidados com o corpo, sexualidade, necessidades materiais, obrigações sócio-econômicas, etc). Isso ocorre porque o atendimento dessas necessidades ordinárias da matéria expõe o espírito ao risco do despertamento de sentimentos vis, que abrem grandes chagas na alma.
Já, a nossa natureza espiritual nos conduz a uma preocupação com o “eu” interior, que nos faz ver, nas exigências próprias da matéria, o iminente risco de contaminação com o fermento da putrefação do corpo. A vaidade e o egoísmo, que vicejam no canteiro das paixões humanas, muitas vezes desencorajando-nos do uso de nossas forças criadoras, nos afasta da oportunidade de contribuirmos para a elevação da alma no Planeta, através da intelectualização, socialização e consequente avanço moral de seus habitantes.
Somos as alavancas edificadoras de elevação dos mundos.
A origem do homem deve-se a um Poder ou Ser Supremo que permeia todo o Universo e a quem chamamos de Deus. D'Ele vieram todas as criaturas que estão no mundo que habitamos o qual, por ora constitui-se na Terra onde encarnamos, embora saibamos que este planeta não é o único a ter vida, em meio a milhares de galáxias que compõem o cosmos.
A convivência do ser humano com a dualidade de sua natureza nem sempre é pacífica, uma vez que o homem debate-se entre sua consciência (natureza espiritual) e sua matéria (natureza física). Esta duplicidade traz à tona aquilo que emana de maneira mais forte, ou seja, as ações e reações do indivíduo frente a ocorrências do dia a dia de sua vida, na sociedade da qual faz parte.
Na intimidade do ser humano, a razão, quase sempre destituída de clareza e formação, sente-se num patamar de inferioridade, pois muitos são os apelos da superficialidade da vida a fazerem, do ser, um escravo das paixões e descontroles mundanos e sem medida.
Quando porém, o homem, quase sempre movido pelo amor ou pela dor, descobre que existe um lado espiritual e a ele se rende, renovam-se as expectativas de que possa auferir um contato mais íntimo e direto com a divindade.
A partir de então, surge um ser diferenciado, que nota em si e em seu semelhante uma mudança que o leva a ter consciência de quem é, de onde veio, por que está aqui e para onde seguirá, após esta vida. Assim, sobrepõe-se à matéria, o principal componente da criatura - seu lado espiritual.
É necessário refletirmos na grande missão a qual viemos cumprir. A vida, por si só, já é uma oportunidade abençoada de renovação e progresso. Nossa evolução depende exclusivamente de nós mesmos. Jamais deveremos deixar passar em branco esta maravilhosa chance de nos libertarmos de nossos erros passados.
Amar incondicionalmente a todos é a ordem do dia.
Sejamos como as flores que desabrocham para dar-nos a alegria de admirá-las.
Sejamos como os pássaros que cantam e inebriam nossas manhãs douradas.
Sejamos como o sol que, ao brilhar, dá-nos a beleza de sua luz.
Sejamos como a lua que, na falta do sol, ilumina nossas noites.
Que sejamos paz, harmonia e fortaleza para aqueles que buscam, em nós, o abraço amigo e o sorriso da amizade.
Que sejamos felizes ao fazer nosso irmão feliz. Isso se chama AMOR.
Que assim seja!