quarta-feira, 10 de março de 2010

A TUA VOLTA


"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."

                                           Charles Chaplin


Hoje é uma data especial. Hoje tu voltas para mim, para o nosso lar, nosso cantinho de amor. Nestes dias todos em que estiveste ausente não chorei, não me desesperei. Pela certeza de que voltarias, com saúde e já refeito dos problemas que tiveste, apenas rezei, esperei, acreditei e, calma e tranquila, percorri as peças da casa com muita saudade de ti.

Em cada espaço de nosso lar existem vestígios de tua presença. Daquilo tudo que compramos juntos, escolhemos juntos, pensamos juntos. Do teu carinho para comigo, do teu olhar sempre me acompanhando, zelando pela minha saúde e me ajudando nos afazeres caseiros.

Mas, como sabes mais do ninguém, eu creio que tudo o que é material, é supérfluo. Serve apenas para nos auxiliar nessa nossa jornada aqui neste mundo. Os bens de que dispomos para viver essa "passagem terrena", são apenas frutos de nosso merecimento espiritual e que nos ajudam a  conquistar mais evolução e preparo para, quando chegar nosso momento de partir, estarmos quites e preparados para a viagem.

Porém há algo muito mais profundo e belo - o amor! Aquilo que guardamos no coração para distribuir àqueles que pouco ou nada têm. Na verdade, esta é a meta de nosso espírito aqui na Terra: a verdadeira caridade. Aquele desprendimento interior que nos aponta a fazer o bem aos que nada possuem.

No entanto, há um amor mais belo ainda: o amor entre um homem e uma mulher. Este é o nosso caso. Quero que saibas que por todo este tempo em que estamos juntos, em meu coração e em minha alma nada mudou  e continuo te amando como sempre, desde e sempre e pela eternidade. Somos o que chamam de "almas gêmeas", pois nos buscamos durante muito tempo.
          
Nesta vida, enfim, nos encontramos. Quem sabe, também, em outras. Não sabemos. Mas nesta, o amor despertou-nos de uma letargia como a borboleta desperta do casulo e sai, livremente, a voar. Encontramo-nos e tudo mudou. Desde então, só consigo pensar em ti, como se fosse no dia em que nos conhecemos.

Te amo muito, te adoro. Quero sempre estar ao teu lado, ficar contigo até estarmos velhinhos e um ajudando o outro no que for preciso. Tu és o meu  sol, a minha bússola, o meu GPS.

Por isso, como disse Chaplin, vamos aproveitar a vida juntos, rindo, chorando, dançando, cantando e vivendo intensamente, antes que a cortina se feche. Daqui a pouco, vou ao hospital e, tenho a certeza, de que hoje estarás comigo em casa, amor da minha vida.



quarta-feira, 3 de março de 2010

O ANJO E A SEMENTE


"Toda folha de grama tem seu anjo que se curva sobre ela e sussurra: "Cresce, cresce."

                 Do prólogo do livro Preciosa, cujo conteúdo deu origem ao filme de mesmo nome.           
                 

Corria pelo campo de grama verde e macia. Era manhã e o vento batia-me no rosto, trazendo o perfume das flores que enfeitavam o jardim. Haviam muitas flores e eram belas e de um colorido exuberante, como se fosse uma tela pintada por Renoir.

Mais adiante, cansada pela corrida, sentei-me debaixo de uma árvore que proporcionava uma agradável sombra. Agora, já mais distante de casa, observava a natureza. Como era harmoniosa e linda! Parecia que Deus havia pintado o mundo bem a seu gosto - com muita cor e beleza.

Detive-me olhando prazerosamente aquele lugar maravilhoso. Papai havia comprado a fazenda e tínhamos nos mudado há pouco. Acostumada com a vida na cidade grande, ainda não conhecia as belezas que o campo ofertava, pois dava-nos a impressão de havermos entrado num cenário de filme.

Comecei a olhar mais detidamente ao meu redor e então, pensei: - como é possível ser a natureza tão sábia, a ponto de fazer nascer e crescer todas essas maravilhas! E lembrei-me, então, que minha avó contava uma história de uma sementinha que, de tão diminuta e frágil, não conseguia vir à luz do sol.

A terra onde ela havia sido plantada era árida e seca. Ela não conseguia germinar. Chorava, com uma imensa vontade de nascer , crescer e se tornar parte de uma relva macia e verdejante. Suas lágrimas, porém, não eram suficientes para molhá-la para que pudesse nascer.

Mesmo quando chovia, a água que caía do céu era engolida pela terra seca e, assim, não sobrava umidade para a semente. Certo dia, muito triste, a semente decidiu pedir ajuda ao Criador. Orou bem baixinho, pondo no âmago de seu coraçãozinho, toda a força que ainda lhe restava. Agradeceu a Deus por ter sido plantada e pediu ao Senhor forças para que pudesse viver.

Deus, na Sua infinita bondade e misericórdia, apiedou-se da sementinha e decidiu ajudá-la. Pediu que um anjo viesse vê-la e auxiliá-la a nascer. No caminho, o anjo tomou de um jarro de água e desceu até o campo para salvar sua amiga.

Lá chegando, o anjo debruçou-se sobre o lugar onde a semente havia sido plantada e, jogando água sobre o local, falou bem baixinho: - "Cresce, cresce."
E, num repente, a sementinha começou a vibrar e a crescer, tornando-se assim, uma linda folha de grama, verde e macia. 

Eu adorava esta história contada por vovó. E agora, estou observando a grama brotando e crescendo. Observo mais de perto e sinto que parece haver o sussurrar de um anjo em cada folha de grama. Ou seria o vento? ...






segunda-feira, 1 de março de 2010

"QUANDO ME AMEI DE VERDADE"


"Não devemos ter medo dos confrontos... Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas."
                              
                                                   Charles Chaplin


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades. 
Hoje sei que isso é... autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é ... respeito.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje eu sei que se chama... amor próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje, faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. 
Hoje sei que isso é... simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes.
Hoje descobri a... humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje, vivo um dia de cada vez. Isso é ... plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é ... saber viver!

(Texto de autoria de Charles Chaplin)