terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A MÚSICA NA EDUCAÇÃO - MENSAGEM DE MOZART

                                Mensagem Espiritual

"Quis dar também meu palpite nesses intercâmbios entre os dois mundos, sobre um tema que a todos os Espíritos interessa: a Educação… Fá-lo-ei, porém, dentro do campo em que atuei na Terra e pelo qual ainda me embrenho, embora em sintonias mais sutis, em consonância com a harmonia cósmica.
Educação e música – duas palavras que ressoam harmoniosamente juntas. Deixai que a música freqüente a alma desde cedo, tocando sutilmente as fibras divinas do ser e a moralidade e o amor brotarão mais facilmente nas vossas crianças.

A música é linguagem imediata, não conceitual, que transcende os padrões rígidos das palavras, podendo enlaçar o espírito num todo. Sem que se dê conta, ei-lo que está sentindo, pensando, pulsando em todo o seu ser espiritual na vibração da música. Que poderoso instrumento de persuasão e de elevação! Porque quando a alma está desarmada, com a sensibilidade abandonada ao sabor dos ventos, a música entra por todos os poros perispirituais e a perpassa, a invade completamente…

Ora, exatamente nas crianças, que em vosso planeta ainda chegam experimentando a bênção do adormecimento, a sensibilidade está à superfície da pele. Ainda não foram reconstruídas pelo ensino racionalizado as estruturas lógicas da consciência. A criança bebe os sons, como se impregna das imagens, absorvendo profundamente as impressões que a alcançam. Eis então o meio insuperável para que essas impressões sejam harmônicas, belas e puras: a música!

Mas… é preciso antes nos entendermos a respeito dessa palavra, pois quantos arremedos de sons, quantos desencontros harmônicos e quanta sonoridade brutal chamais de música…
Direi, antes de mais nada, que o primeiro elemento da verdadeira música é o silêncio. Quem não for sensibilizado para ouvir o que a natureza nos oferece de musicalidade, o que o silêncio nos proporciona de introspecção, quem não for capaz de apalpar a sutileza de um grilo noturno ou comover-se com o canto de um pássaro, ou ainda contemplar em si mesmo o silêncio da paz, jamais compreenderá a essência da música. 

Sabeis que fazem parte, da própria composição musical as pausas, que marcam a pulsação da alma, quando se retrai na inspiração, para depois expirar novamente o som…
Assim, educai o ouvido para o silêncio da natureza e para a natureza divina do silêncio – pois é também quando se faz silêncio na Terra, que o Espírito encarcerado no corpo pode se alçar ao infinito e beber as harmonias celestiais que, garanto, não têm comparação, não têm expressão possível em vosso plano…

Depois do silêncio – a simplicidade. Começai por introduzir às crianças melodias simples, cantantes, doces. Mas eis o segredo: fazei com que degustem cada nota, cada acorde, cada suspiro da alma. Longe de mim, entretanto, sugerir-vos a aproximação da criança com a mediocridade, com o feio, com o banal. A simplicidade pode ser divina – é isso que deveis procurar (e não apenas no domínio das artes, mas da própria vida, pois quereis divindade mais simples que a de Jesus?).

Outro requisito da sensibilidade musical é o vagar. Que o espírito se abandone às harmonias e se evole às alturas! Não o enlevo contemplativo da inutilidade, em que as horas ecoam num sonhar vazio. Mas a ação, mesmo a mais nobre, não prescinde do apoio do ócio, esse ócio que os filósofos pregavam, no qual o espírito possa se cultivar para o Bem e para o Belo, apurando os laços de sintonia com as estrelas… Por isso, não corrais tanto de alguns minutos ao encontro com o Belo e permiti ,também ,que as crianças tenham tempo para a música - para fazê-la, para conhecê-la, para amá-la.

E afinal, uma última palavra sobre um outro aspecto desse vasto tema. Um aspecto que me toca ainda a lembrança da minha encarnação de músico terrestre: o das crianças-prodígio – desses espíritos que já nascem embalados pelas harmonias que jorram do Alto e que nada podem fazer senão dar vazão a essa musicalidade chegando aos borbotões. Digo das crianças que assim se apresentam espontaneamente e não dessas que, muitas vezes, treinais à força do cansaço e às quais conseguis impingir uma mecanização precoce das técnicas de interpretação. Quanto às que realmente se mostrem talentosas – evitai a idolatria! Protegei-as das manobras dos interesses mesquinhos e confiai-lhes o tesouro moral de Jesus. Esse é o melhor presente que podeis oferecer ao talento.

E, sobretudo, sabei que o Mestre conta com todos, para a sinfonia de um mundo novo e os músicos serão chamados a captar as harmonias do cosmos, traduzindo-as para a Terra e elevando o tônus vibratório do planeta. Mas, então, ajudai os músicos para que se elevem a si mesmos e suas melodias serão mais puras, suas traduções mais fiéis e suas harmonias mais doces – para embalar o terceiro milênio…".

Deste que agradece a todo o planeta pelas imerecidas homenagens de aniversário de morte e envia a todos um coração cheio de amor:
                                                           
                                                                    Mozart               9/12/91

(extraído do livro “A Educação Segundo o Espiritismo”, de Dora Incontri)


Um comentário:

  1. Muito obrigado minha irmã, esse texto nos motiva a valorizar ainda mais a música harmoniosa e divina por natureza.

    Abraços

    ResponderExcluir